Bruno Vieira Amaral traz “as primeiras coisas” da vida e da literatura à ESEG
Com um só golpe (leia-se, romance) Bruno Vieira Amaral (BVM) venceu em 2015 um conjunto de prémios literários de enorme prestígio (entre os quais se destaca o Prémio Saramago), conquistou a crítica e, sobretudo, os leitores. «Romancista acidental» (pegando no título de uma entrevista que o próprio fez a José Rodrigues dos Santos, na revista Ler, da qual é editor-adjunto) é um epíteto que lhe assenta bem, dado o percurso pouco ortodoxo do escritor até chegar a sê-lo. Se não, vejamos: confidenciou no encontro que teve com os alunos da ESEG, na passada quinta-feira, no âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), que foi empresário (e não correu bem), gerente num posto de abastecimento (podia ter corrido melhor) e, finalmente, crítico literário (começou a correr). Lançou-se na blogosfera (onde marca ainda presença no blog circodalama.blogs.sapo.pt) e, a partir daí, a sua vida ficou ligada ao mundo literário, ainda que por via do meio editorial, onde passou a trabalhar. Numa sessão moderada pelo professor Orlando Rodrigues, e com uma plateia composta por alunos e professores que encheram o espaço da Biblioteca escolar da escola secundária Emídio Garcia, BVM falou do romance “As primeiras coisas”, do processo de escrita e da escolha do tema como momento fundamental do processo criativo, muito mais dependente, defendeu, do trabalho e do esforço emprestado à tarefa de escrever do que do talento ou mera imaginação.